quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Alegria boba que vem do Nada

Sabe aqueles dias que você acorda feliz sem motivos?
Que você pega um ônibus lotado e não se importa, começa a chover e você não corre da chuva,  pelo contrário, anda mais devagar, sentindo as gotas caírem na pele, nos cabelos, e um sorriso de leve aparece no rosto, como se aquele momento fosse único, como se ali no meio da rua, na chuva, fosse o paraíso.
E então você começa a observar as pessoas correrem no meio da rua, com pressa, muitas indo trabalhar, ou estudar, e você observa os movimentos, as reações, sem se preocupar com o tempo que passa.
Começa a cantar train em voz alta, no meio do corredor da escola,  sem se preocupar com o que os outros vão dizer ou pensar, e sem ao menos estar ouvindo a musica em algum lugar, você escuta ela apenas em sua cabeça, e é como se as notas estivessem sendo cantadas em seu ouvido.
Abraça aquele seu amigo, que você vê todos os dias e nunca abraçou, e sente como se aquilo fosse a melhor coisa do mundo, ou pelo menos uma das melhores.
Se pega rindo enquanto está lendo um livro, no meio do ônibus de volta pra casa, se sente totalmente presa na história, tanto que nem percebe o mundo a sua volta.
E quando chega em casa, vai fazer as coisas que costuma fazer todos os dias, mas é como se estivesse fazendo pela primeira vez, porque há algo além de apenas fazer, é como se você estivesse sentindo as coisas que faz, é uma alegria que começa no dedinho do pé e se expande em um enorme sorriso, e quando você percebe está dançando sozinha na sala, vendo fotos antigas, vídeos antigos, e achando a graça de tudo aquilo, é como se você tivesse visto um passarinho verde, ou um arco-íris em meio à uma tempestade.
Como se você estivesse cercada por anjos que brincam ao seu redor, compartilhando a alegria deles com você, e fazendo com que você comece a reparar em coisas que antes não reparava.
E essa felicidade não tem motivos, não tem nenhum motivo concreto, apenas aparece, existe, e te faz reparar mais nas pequenas coisas da vida, no simples voar de uma borboleta até um pingo gelado de chuva na ponta do nariz.
Se ela aparecer pra você assim, como apareceu hoje pra mim, não deixe ela escapar, e tente fazer com que os outros dias da sua vida sejam semelhantes a esse, ou até mesmo melhores, porque viver apenas por viver não tem a menor graça.

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